• Músicas
  • A ForTuna orgulha-se de possuir um cancioneiro tão diverso e trabalhado quanto o que aqui apresenta.
Tuna Fortuna
  • Amanhece o Cais

  • (Letra/Música: Bernardo "Estrela" Gonçalves)

Lisboa, que me abraças em teu peito…
E tão grande é a saudade,
se me olhas desse jeito.
E o Tejo é testemunha
do que está dito e não foi feito.
E p’lo andar da carruagem
fica assim…

Lisboa, que me abraças em teu peito…
contam aos anos a idade
os velhos dessa Alfama.
Brincam os putos na rua,
ouvem-se vozes doutros tempos
que os acicatam a zarpar,
correr o mar,
até ao fim.

Entramos por essas portas adentro,
espreita o Sol que ao Tejo amanhece o cais.
Vira-se a esquina, ouve-se um fado bem vadio,
e uns e outros enrolados em jornais.
E as tias, com os casacos de peles,
vão ouvir quando eu cantar esta canção.
Prédios vazios, vazio o coração das gentes;
e a incerteza é amiga da solidão.

E as luzes do jardim
exigem-nos demais.
Entre o estar, não estar em mim
já amanheceu o cais.
Com a guitarra e o bandolim
vou cantar o meu amor.
Lisboa com o passar da idade,
ganhas sempre a mesma cor.

Lisboa, meu amor.

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  • Gravação da ForTuna a interpretar Amanhece o Cais