1. Nascimento
Antes de o mundo ser,
A alma estava em nós.
Sentiu-se a nascer
Lenta, lentamente
A voz.
E apareceu,
Fez-se coração
Assim que a nação
Veio à Terra como graça do Céu:
Portugal!
2. Conquistas
Império a navegar!
Lança-te ao mar
Homem, tu vais
Conquistar!
Preso ao leme
Um povo teme
Naufragar
Brilha a Luz com altivez
Além Bojador,
Do mar o senhor,
És tu, Português!
De Oriente
A Ocidente:
Levar a fé
Trazer café
Não marcha a ré
Na alma a ciência no corpo ousadia
Deixa a pátria até chegar o dia
Vai conquistar
Lá vai o nosso herói
Que une e constrói
O Império a navegar.
Olhai!
Terra à vista!
Vejo as
Índias, Vera Cruz, Guiné e Timor
Malaca e Timor
São Tomé, Vera Cruz, Guiné
Malaca e Timor
Ceuta, Macau
Mas tudo mudou
3. Evocação
Ó Senhor
Cai a noite e o silêncio é hostil
E incerta, dispersa a alma vil.
Perdeu-se no mar da idade
Poder p’rá eternidade
Nesta ânsia de um bem,
Quem nos vem socorrer?
Quem sabe que coisa quer?
Quem conhece que alma tem?
Já só somos saudade
Dessa áurea canção…
Antes de o mundo ser,
A alma estava em nós.
Sentiu-se a nascer
Lentamente
E apareceu, coração, como graça do céu
A voz, e apareceu, terra graça do céu
A voz, terra, como graça do céu
E apareceu, veio à Terra como graça do céu
Portugal…
4. É a hora!
Eis que um vento, um sopro divino,
Acorda quem já dormia.
Eis que um fogo se ergue das cinzas
E anuncia o novo dia.
A esperança nasce de novo,
Não fiques parado a olhar:
Tens o teu destino traçado
Para o Quinto Império alcançar!
E morreu D. Sebastião,
A verdade tens de aceitar!
Está na alma a solução
Para o Quinto Império alcançar!
Com Saudade a tua alma chora.
E o Céu diz-te que esta “É a hora”!
É hora Portugal!